O Aqueduto das Águas Livres atravessa o concelho da Amadora ao longo de 8 quilómetros, mas tem maior visibilidade na Freguesia da Damaia onde forma 19 arcos, tendo o mais alto 18 metros de altura e 8,5 metros de vão.
Mandado construir pelo Rei D. João V, a sua construção teve início em 1731 e foi alvo de constantes desentendimentos entre os diferentes engenheiros e arquitectos, poder régio e instituições camarárias e até de interferências clericais. A construção desta obra representou a primeira utilização de obras públicas com objectivos políticos e foi custeada com a receita de três impostos sobre o vinho, o azeite e a carne consumida na capital. Foram várias as questões que na época dividiram opiniões, desde a escolha da matéria prima a ser utilizada para as condutas de água (telha, ferro, argamassa, pedra), até princípios de concepção de fundo. Na elaboração deste projecto destacaram-se Manuel da Maia (1733), Custódio Vieira (1736) e Carlos Mardel (1745). A conclusão das obras só viria a acontecer em 1834, no tempo de D. Pedro V, devido à sua grandiosidade e extensão, apesar de em 1748 já servir a função de levar água à cidade de Lisboa. Aliás, esse foi o grande objectivo desta obra, suprimir as carências de água na capital, pois a única área em Lisboa que tinha água era o Bairro de Alfama. Em 1967, o Aqueduto das Águas Livres deixou de desempenhar a função para que fora originalmente concebido, mas tem-se mantido aberto à curiosidade do público.
Considerado uma obra de arquitectura civil pública, barroca e neoclássica, o Aqueduto das Águas Livres foi classificado Monumento Nacional em 2002, bem como todos os seus aferentes e correlacionados que se localizam, entre outros, no Município da Amadora e nomeadamente na Freguesia da
Damaia.
JARDIM E PALÁCIO CONDES DA LOUSÃ
Damaia.
JARDIM E PALÁCIO CONDES DA LOUSÃ
PALÁCIO CONDES DA LOUSÃ
A Quinta Condes da Lousã é de grande importância para a história da Damaia, e foi habitada entre outros pelos Condes de Conculim, pelos Condes da Lousã e pelo inventor Padre Himalaya, que mais tarde teve o seu nome atribuído a uma das artérias da Freguesia.
Situado numa colina da antiga aldeia da Damaia, o palácio foi construído no primeiro terço do Século XVIII e era a casa principal da Quinta Grande da Damaia, que ocupava uma vasta área da freguesia. Era uma casa de campo tipicamente Lisboeta, com o reboco cor de rosa, pilastros de pedra e múltiplos telhados de curvatura tipicamente portuguesa.
De planta rectangular, a casa é composta por grandes divisões de tectos em masseira e onde os únicos painéis de azulejo são uns vasos floridos de 1730, colocados no átrio que antecede o hall. Por esta razão é considerado surpreendente o terraço que constitui a fachada sul, flanqueada por dois avançados onde o reboco quase desapareceu substituído por painéis de azulejo.
As figuras, em tamanho pouco maior que o real, representam as 4 Estações (legendadas por ESTIO, OVTONO, EMVER NO e PRIMA VERA).
A fachada é ainda enobrecida com figuras alegóricas em painéis de azulejo recortados a imitar estátuas em alto relevo, representando “O Triunfo das Virtudes sobre os Sete Pecados Capitais”, acompanhados por uma inscrição, que parece ilustrar o sermão de um orador de época que se insurge contra um século libertino e que sonha com um mundo ideal nos tempos conturbados dos meados do séc. XVIII.
Na quinta existia uma capela particular cujo orago era a N. Sra. da Conceição. Aqui estava sediava uma confraria que organizava uma grande festa em honra do orago para os residentes e vizinhos. O proprietário apenas cedia a capela e pagava ao capelão, enquanto os mordomos, escolhidos pelo povo, tratavam de tudo e responsabilizavam-se pelas despesas.
D.João de Lencastre (1713-1765) era senhor donatário do Carregado, Comendador de S. Vicente de Fornelos na Ordem de Cristo, Alcaide mor de Linhares, tendo chegado a ser nomeado para o cargo, que lnão chegou a ocupar, de Vice-Rei e Capitão-general da Índia. O facto de ter perdido a vida na viagem e o reconhecimento dos bons serviços prestados ao Reino estão na origem da atribuição do título de 1ºConde da Lousã. A sua família, os Lencastres de Basto Baharem, está, na época muito ligada à administração e aos negócios do Reino. Uma das quintas favoritas desta família localizava-se na freguesia da Damaia; aqui gostavam de viver e ficou famosa a festa religiosa que anualmente promoviam. Ainda hoje se pode ver a mansão onde residiam. |