domingo, 15 de maio de 2011

FREGUESIA DA BURACA

Desenvolvida a partir de um pequeno núcleo de edificações construídas nos finais da década de 40 e primórdios da de 50, conhecido por “Bairro Tacha” a Freguesia da Buraca situa-se no quadrante Sul do Concelho da Amadora, ocupando uma área correspondente a 165,6 ha.
  Confina a Este, numa extensa frente, com a capital - Lisboa, a Oeste com a freguesia de Alfragide e a Norte com a da Damaia.
  A freguesia comemora o seu aniversário a 28 de Fevereiro, tendo sido empossados, em 21/01/80, os primeiros autarcas, eleitos na sequência das eleições autárquicas de 16 de Dezembro de 1979.
  De acordo com o Censos de 1991 a população ascende a 14.435 habitantes, repartidos em 51,23 % do sexo feminino e 48,77 % do sexo masculino, dos quais 12.549 encontram-se inscritos nos cadernos eleitorais, reportando a 31/12/00.
  Prevê-se um crescimento significativo do valor total para a última década, motivado no desenvolvimento urbanístico do bairro do Zambujal e no aumento expressivo dos moradores no bairro do Alto da Cova de Moura, sobretudo das várias etnias africanas. Estimam-se em cerca de 7.000 o total de membros daquelas etnias (Cabo-verdianos, angolanos, guineenses, moçambicanos, zairenses, entre outras).
  Um fenómeno recente na imigração é de registar, na medida em que nos bairros clandestinos, surgem os imigrantes de leste, com origens diferenciadas como ucranianos, romenos e moldavos.
  A densidade populacional ronda os cerca de 150 hab/ha, reportando aos dados oficiais, constatando, todavia, uma forte concentração de residentes em determinados bairros o que agrava, significativamente, os problemas com habitação, saneamento básico, abastecimento público, higiene, segurança, etc.
  Associado a estes vários estratos sociais está o problema das construções clandestinas que ainda não obteve das entidades oficiais responsáveis o desejável plano de reconversão e de recuperação do “tecido” urbano agravando o enquadramento destes sectores da população a nível social, económico e cultural. 
 


BAIRRO DO ZAMBUJAL


  Compõem o agregado populacional, de harmonia com os dados oficiais, 4.650 famílias para um total de 4.679 alojamentos e 1.320 edifícios.
  O tecido urbano compõe-se na sua maioria por edifícios com idade inferior a 50 anos, de 2 e 3 andares, com excepção dos conjuntos de imóveis situados na Av. Camilo Castelo Branco e no bairro do Zambujal, onde são atingidos os doze pisos.
  A área urbana, maioritariamente ocupada por construções, arruamentos e equipamentos sociais, estende-se, ainda, por uma extensão de 130.000 m2 de zonas ajardinadas, espaços verdes, donde se destacam o Complexo Socio-Desportivo, o Parque Central, a Rotunda Timor Lorosae, a Rotunda da Força Aérea, o Parque da Ribeira, entre outros.
  A economia da região tem nas actividades comerciais o seu principal polo de interesse, com mais de duas centenas de estabelecimentos nas áreas: alimentar e vestuário; Serviços diversos: ensino, saúde, recreio e cultura e acção social.
  O sector industrial tem pouca expressão na freguesia.

  De referir que a taxa de ocupação efectiva dos residentes nas diversas actividades, para o conjunto da população activa, é relativamente baixa.
  Não oferece grandes dúvidas que, no domínio das comunicações e transportes, a freguesia detém uma posição quer invejável, por força da sua localização no eixo Lisboa-Sintra, quer preocupante, em virtude do volume de tráfego automóvel e de passageiros que atravessam a povoação. Se por um lado a proximidade da freguesia das modernas vias rápidas (Auto-Estrada Lisboa-Cascais A5, IC 17, IC 19 e CREL), é responsável por uma melhoria das acessibilidades, por outro aumenta as preocupações com excessos de trafego, desgaste das redes viária e poluição.
  Neste capítulo, a existência de uma variada rede de transportes públicos rodoviários e do próprio caminho de ferro, são factores positivos e que de certa forma induzem um melhor nível de vida das populações.
  Com estes meios, alcançar o centro da capital é uma questão de 15 minutos!
  No sector da educação a freguesia dispõe de 3 estabelecimentos do ensino básico, uma escola 2+3, para uma população estudantil na ordem dos 20%. Bem mais numerosa é a oferta, tanto pública como privada, em matéria de Ateliers dos Tempos Livres. A Junta de Freguesia assegura a gestão de 2 desses estabelecimentos, o sector privado chama a si a responsabilidade pelo funcionamento de sete centros e duas escolas.
  O movimento associativo tem para a freguesia um especial significado até porque lhe é anterior. Data de 15 de Agosto de 1958 a criação do primeiro grupo desportivo, o então “Grupo Recreativo e Desportivo do Bairro Tacha” que alterou a sua sigla, em 25/12/72, substituindo a referência “Bairro Tacha” por “Buraca”.
  Com efeito, existem cerca de 20 organizações e associações culturais e desportivas na freguesia que têm alimentado o quotidiano dos cidadãos da Buraca, sobretudo após o 25 de Abril.
  Tanto no campo desportivo, como no sector cultural muitos têm sido aqueles que, dentro e fora dos “muros” da freguesia têm prestigiado não só a região a que pertencem, mas também ao modo de ser genuinamente português.
  Diz-se por vezes que a notoriedade de uma região, de um lugar se afere pelos pólos de atracção, muitas vezes de natureza turística, que apresenta.
  Cremos, porém, o que mais valerá é a alma colectiva dos povos, a sua memória do passado, o seu poder criativo no presente. Dito isto, para os cidadãos residente na Buraca constitui sinal de orgulho, ter no seu espaço a Quinta do Outeiro e a Santa Teresa oriunda do Séc. XVIII, finamente decorada com belos painéis de azulejos da época; e a Fonte do Chafurdo, um dos símbolos do brasão da freguesia, que se caracteriza por um pequeno poço, onde a água chega à superfície, apesar de não haver transvaso de um ribeiro. 


BAIRRO COVA DA MOURA

 O Bairro do Alto da Cova da Moura pode dizer-se que nasceu com o 25 de Abril, que nos é tão caro.
  Com efeito quando se deu o Movimento Libertador do 25 de Abril de 1974, o Morro hoje chamado hoje chamado de Bairro do Alto da Cova da Moura, não era mais do que terra de cultivo (trigo), onde havia numa extremidade uma vacaria, local denominado de Quinta de Outeiro, e noutra extremidade uma pedreira, situada junto à Avenida da República, em frente às instalações da Empresa (Martins & Almeida).
  Havia umas barracas junto à vacaria, que ainda hoje existem, e uma poucas também junto ao local da pedreira, ocupadas principalmente pelas famílias Faustino e Mouras.
  Tudo indica e faz crer, que o nome de Alto da Cova da Moura, veio da ligação feita entre o Morro, elevação (alto), o buraco na pedreira para exploração da pedra (cova), e (Moura) que adveio da família dos Mouros, que habitavam e ainda hoje habitam alguns descendentes junto à pedreira.
  Foi a partir do Movimento Libertador do 25 de Abril de 1974, que mais algumas famílias se atreveram a vir para este local, erguendo as suas barracas e instalando-se minorando assim as suas dificuldades económicas de alojamento.
  No entanto foi só a partir do ano de 1976/1977, que verdadeiramente a ocupação dos terrenos e a construção mais atrevidas de habitações se começou a fazer, com a vinda para o local dos chamados retornados, europeus e africanos, portugueses vindos das ex-colónias portuguesas, que depois de serem obrigados a abandonar todos os seus haveres, fruto de anos de sacrifícios, voltam à terra pátria, desejosos por se fixarem e começar a lutar por uma nova vida, um ponto de referência, uma nova esperança. Contudo a fixação no local deparou com dificuldades inesperadas dado que a Junta de Freguesia da Amadora e a Câmara Municipal de Oeiras, autarquias que superintendiam nesta zona, procediam a demolições constantes dessas novas habitações que aqui se erguiam, o que forçou os ainda poucos moradores no local a reunirem-se e a elegerem uma sua representação que foi mandatada para ir a Oeiras solicitar uma audiência e falar com o senhor Presidente da Câmara Municipal de Oeiras.
  Da reunião tida com o senhor Presidente da Câmara Municipal de Oeiras, foi de certo modo compreendida a desgraça e o mau bocado passado e a passar pelas famílias que aqui se acolheram e respeitando certas regras e princípios, deixamos de correr o risco da demolição das nossas recentes e modestas habitações.
  Entretanto mesmo sem o perigo de demolição das nossas habitações, a vida era por demais miserável e difícil, pois não havia água, esgotos, electricidade, telefone, arruamentos, etc. etc.
  Apesar das dificuldades os moradores foram aumentando em número e em qualidade, predispondo-se a lutar na esperança de aqui poderem continuar a fazer deste local, a sua nova terra prometida.
  Chega o ano de 1978 e a necessidade sentida pelos moradores de se organizarem para melhor se defenderem e dialogarem com ainda Junta de Freguesia da Amadora e Câmara Municipal de Oeiras, forçou a iniciativa de alguns moradores a organizar um plenário onde ficou decidido a marcação de eleições para eleger uma Comissão de Moradores, o que veio a concretizar-se no primeiro acto eleitoral realizado no Bairro do Alto da Cova da Moura, aos 12 de Novembro de 1978, e na eleição da primeira Comissão de Moradores deste Bairro.
  A este primeiro acto eleitoral realizado na Cova da Moura, aos 12 de Novembro de 1978 concorreu uma só lista, designada Lista A e que em 249 votantes, obteve 247 votos válidos, tendo este processo eleitoral sido acompanhado pela então Junta de Freguesia da Amadora.
  Esta primeira eleita Comissão de Moradores que ano após ano, salvo alguns interregnos e troca de formações foram sendo eleitas, trouxeram-nos até ao ano de 1994, mais propriamente a 30 de Janeiro de 1994 data da Constituição e Eleição dos Primeiros Corpos Gerentes da actual Associação de Moradores do Bairro Alto da Cova da Moura, que com um estatuto diferente está dando continuidade aos trabalhos desenvolvidos pelas sucessivas Comissões de Moradores desde 1978.
  Não será demais lembrar aqui que a primeira Comissão de Moradores eleita em 1978, como as outras que ano após ano foram sendo eleitas. Tiveram um trabalho árduo e persistente junto da então Junta de Freguesia da Amadora e Câmara Municipal de Oeiras primeiro, Junta de Freguesia da Buraca e Câmara Municipal da Amadora depois, no sentido de se conseguir o que hoje felizmente temos água, esgotos, electricidade, telefone, arruamentos, escola primária e tantos outros benefícios que têm melhorado a vida de todos os que aqui habitam.
  Com a vinda para o Bairro de todos os melhoramentos atrás referidos os que aqui já residentes sentiram-se mais confiados no futuro, aumentando e melhorando as suas casas e outros novos moradores foram construindo, aumentando assim de uma forma desordenada, as Comissões de Moradores de então, e agora a Associação de Moradores viram-se incapazes de suster tal desordenamento prejudicial para todos, assim chegamos ao que é hoje o Bairro do Alto da Cova da Moura.
  O Bairro do Alto da Cova da Moura, tem no seu seio muito de negativo, a Associação de Moradores é a primeira a lamentar e a combater o que de mal aqui há e se passa, constantemente solicitamos a colaboração e o empenho das Autarquias Locais e Forças de Segurança no sentido de que sejam combatidas essas anomalias.
  No entanto é justo considerar que na Cova da Moura a maioria da sua população é gente ordeira e trabalhadora que só quer viver em paz, acreditando e desejando que seja feita a recuperação do seu Bairro, para poderem encetar uma nova fase das suas vidas em segurança e com esperança num futuro melhor. 



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