domingo, 15 de maio de 2011

FREGUESIA DE ALFRAGIDE

Alfragide - a Problemática do Topónimo
 O estudo da origem da palavra – Alfragide – por dificuldade de meios de estudo, torna-se muito difícil. Não está num bom dicionário, não está numa boa enciclopédia, apenas num trabalho realizado pelo Dr. J. P. Machado ("Influencia Arábica no Vocabulário Português - Lisboa 1958"), é dito que «o vocábulo "Alfragide" estaria ligado a "forragem", uma vez que próximo, em Monsanto, há um terreno pobre sobe o ponto de vista agrícola, que foi denominado "cascalheiras", e mais para poente, um terreno ubérrimo, onde a seara era sempre mais forte, denominado "reboleira", logo seguido por outro de terras mais fracas, no outeiro, onde o trigo amadurecia mais cedo no "alto maduro"».
 Surgiu então a ideia simples de lhe tirar o prefixo árabe "al" e começar a procurar nos dicionários a palavra "fragide". Nada foi encontrado.
 Contudo palavras parecidas foram encontradas:
- FORRAGEAR, forragear um campo é colher ou secar a verdura forraginosa desse campo;
- FERREJAR, é preparar a erva de um campo para os animais comerem, ceifando-a e, inclusive, secando-a se for caso disso;
- FERREJO, erva para forragem de gado;
- FERRAJEAL, campo de ferrejo;

Pessoas de idade vivendo em quintas próximas, diziam que os pais referiam "alfarragide", outros dizem que antigamente se dizia "alferragide". Pensa-se, com bastante segurança, que se poderá afirmar que efectivamente o topónimo "ALFRAGIDE", esta correcto e esta ligado à zona rural boa para "FERREJO".

Assim sendo, pensa-se que os vocábulos "ALFERRAGIDE", "ALFARRAGIDE" E "ALFRAGIDE" são todos correctos e como o Povo tem tendência a simplificar as palavras, e às vezes bem, o termo "Alfragide" é correcto e é bonito.
Das antigas quintas que outrora existiram na área da actual Freguesia, Quinta Grande de Alfragide, Quinta do Meio e Quinta das Torres, pouco hoje existe. A Freguesia é atravessada por um dos maiores aquedutos subsidiários do Aqueduto das Aguas Livres – o Aqueduto da Buraca ou Francesas – que, iniciando-se no Concelho de Oeiras, Serra de Carnaxide, vai entroncar com o Aqueduto Geral da Aguas Livres, já na Buraca, perto de Lisboa. Este ramal que dispõe de mais de 3428 m é na totalidade do seu percurso uma conduta subterrânea ou semi-soterrada, apresentando apenas como estruturas visíveis respiradouros que acompanham regularmente todo o seu percurso.
Existem na Freguesia 2 moinhos totalmente reconstruídos que contudo não laboram por não terem sido recuperados na totalidade, como símbolo, evocando as varias dezenas de moinhos que chegaram a laborar em simultâneo na região da Amadora.

Sem comentários:

Enviar um comentário